Condutor foge de acidente que mata bombeiro reformado

Mário Borges Ferreira tinha saído para tomar um café e acabou por encontrar a morte a poucos metros de casa, no Porto. O carro em que seguia foi colhido por uma carrinha furtada e conduzida por um homem (já referenciado pela PSP) que se pôs em fuga a pé.

A 16 de Janeiro passado, Maria da Graça Ferreira perdeu o seu único filho num acidente de viação, em Santa Maria da Feira. “Tinha 35 anos. Era uma noite invernosa e o piso estava em mau estado. O acidente deu-se às duas da madrugada. Era o meu único filho”, recorda, ao JN, incapaz de conter as lágrimas.

Ontem, terça-feira, perdeu o marido, Mário Borges Ferreira, de 66 anos, também num acidente de viação. Desta feita, a poucos metros da sua casa, no Bairro de Contumil, no Porto. A mulher está inconsolável.

Mário Ferreira tinha saído, pouco depois das 14 horas de ontem, terça-feira, apenas para ir beber um café. A mulher ficou na habitação. A poucos metros da sua casa, na Rua da Ajuda, foi colhido por uma carrinha Kangoo, que não terá respeitado um sinal vermelho na Avenida de Fernão de Magalhães. Foi um embate violento.

“Vê-se, pela forma como os dois carros ficaram afastados e pelas marcas no asfalto”, descreveu, ao JN, fonte dos Sapadores do Porto, ainda em estado de choque.

Os moradores da zona foram alertados por um “forte estrondo”. Quando as primeiras pessoas chegaram ao local do acidente, já deram com o condutor da Kangoo “a fugir pela Rua da Ajuda abaixo, descalço”, contam os vizinhos da vítima mortal. Na parte traseira da carrinha ficou, com ferimentos ligeiros, um jovem de 16 anos, residente em Gueifães, na Maia.

Mário Ferreira ficou encarcerado no seu automóvel. Teve que ser retirado pelos Sapadores que então perceberam que se tratava de um ex-colega. É que a vítima trabalhou, até completar 50 anos de vida, nos Sapadores do Porto. Actualmente estava reformado. Aliás, foi do quartel daquela corporação de bombeiros que Maria da Graça recebeu um telefonema a avisar sobre o acidente.

“Estava a falar com um vizinho, quando tocou o telefone. Era do quartel para me avisarem do acidente. Disseram-me que parecia que tinha sido pouca coisa. Deve ter sido para não me preocupar”, conta a mulher, tentando encontrar algum apoio na nora, a única família que lhe resta.

Contudo, Mário Ferreira acabou por falecer, pouco depois, no Hospital de S. João, no Porto, para onde foi levado pelo INEM. Foi também nessa unidade hospital que o outro ferido, o jovem de 16 anos, recebeu assistência médica e onde acabou por confessar às autoridades policiais a identidade do condutor da Kangoo.

O rapaz primeiro terá dito aos agentes que não conhecia o condutor da carrinha. Mas, quando pressionado, acabou por contar tudo. O homem já foi, assim, identificado pela polícia.

Segundo apurámos, trata-se de um indivíduo há muito referenciado pelas autoridades. Até à hora do fecho desta edição, ainda não tinha sido capturado pela Polícia.

jn