Águia perdida na Choupana

Noite negra para o Benfica, que averbou, na Madeira, uma marca negativa no seu historial, já que desde a época 1952/53 não sofria duas derrotas nas duas primeiras jornadas. O Nacional fez um jogo seguro e Bracalli mostrou a Roberto o que deve fazer um guardião.

Choque na casa encarnada. À derrota com a Académica, na primeira ronda, depois do desaire com o F. C. Porto, na Supertaça, junta-se a derrocada na Madeira, num jogo em que o Benfica teve todas as condições para ganhar. A verdade é que pecou na eficácia e cometeu dois erros grosseiros, na sequência de bolas paradas, que valeram dois golos a um Nacional com a lição bem estudada. Depois, Roberto, o guarda-redes mais caro da história do Benfica, que custou 8,5 milhões de euros, voltou a dar mais um contributo para a discussão do momento, já que não fica isento de culpas nos golos de Luís Alberto e Orlando Sá.

Na Choupana, Jorge Jesus apostou na variante 4x4x2, com Gaitán a ser a principal novidade no onze. O sul-americano quis mostrar serviço, mas mostrou-se desadaptado à dinâmica encarnada, tendo, ao minuto 13, esbanjado, à boca da baliza, um golo que parecia certo, depois de um cruzamento largo de Maxi Pereira.

O Benfica controlou o primeiro tempo e dispôs de mais uma flagrante ocasião perto do intervalo, mas Saviola viu Bracalli, com a mão esquerda, a desviar a bola cabeceada pelo argentino, naquela que foi a defesa da noite...

O Nacional, que abriu o campeonato com uma vitória em Vila do Conde, surgiu com Tomasevic, Mihelic e Orlando Sá no onze, e chegou ao intervalo incólume.

Descontrolo emocional

No recomeço, o golo de Luís Alberto mudou completamente o cariz do jogo. O lance, concluído de cabeça, nasce de uma falta desnecessária de Javi Garcia sobre Bruno Amaro, que o fiscal-de-linha assinalou. Skolnik cobrou o castigo e Luís Alberto, perante a falha de marcação de Cardozo, e a apatia de Roberto, fez disparar o marcador. A equipa de Jesus perdeu o controlo emocional que tinha demonstrado até então, começando a jogar mais com o coração do que com a cabeça, perdendo-se em faltas absurdas.

Jesus também não foi feliz na leitura de jogo, já que optou por retirar Maxi Pereira, que estava a ser um dos melhores elementos, para lançar Jara, recuando Rúben Amorim para defesa direito.

Aos 66 minutos, o golo mais caricato do jogo, com Luís Alberto a cabecear, após canto do lado esquerdo, a bola à trave, com Roberto a ficar completamente às aranhas e Orlando Sá a introduzir, de cabeça, a bola no fundo das redes.

O Benfica, atónito, só conseguiu atenuar a derrota, já nas compensações, por Carlos Martins. Foi pouco. Muito pouco...


Fonte: jn

6 pontos perdidos à toa.

o jesus é teimoso demais para tirar o roberto da baliza.