A broken Heart.

Sei que nem devia estar a escrever. Não a estas horas, não hoje, não agora. Prometi a mim mesma que nunca mais escreveria sobre ele (por acaso, não prometi). Destruí aquele « livro », cheio de sofrimento e dor, mas cheio de vida.
Sei que nem devia estar a escrever. Não sobre ele, não sobre nós, não sobre este amor. Destruí aquela história, cheia de sofrimento e dor, mas cheia de vida.
Sei que nem devia estar a escrever, mas estou. Necessito desta dor de tal jeito, que me recuso a parar. Tenho de escrever sobre ele, sobre nós ! Pode parecer fácil esquecer tudo aquilo que passámos, mas só eu sei a dor que sinto cá dentro. Só eu sei o bem e o mal que ele me faz. Mas sei que tenho de o esquecer, pois ele é veneno para o meu coração e tenho de evitá-lo. Mas é também um vício, uma droga que necessito para sobreviver ! Parece que ele comanda todos os meus pensamentos, movimentos, emoções .. É um fantasma que me persegue, um pesadelo que me aterroriza, uma voz que interrompe os meus pensamentos. Mas não consigo fazer nada em relação a isso, estou sem reacção, o meu coração bate com tanto esforço que um mínimo movimento, iria fazer-me desabar numa milésima de segundo. Se mexer um único músculo, entrarei na escuridão. A luz irá desaparecer para sempre, irei respirar uma última vez, o meu coração parará e morrerei. Tenho noção que perdi o controlo de mim própria. Devia ser mais forte que isto ! Mas abri o meu coração e deixei-o entrar. Confiei e amei. Não consigo eliminá-lo do meu coração como devia ter feito há algum tempo. Agora que ele entrou no meu coração, vai ser muito complicado dizer adeus. Dizer adeus a tudo aquilo que passámos. Dizer adeus a nós. Tenho de conseguir. Levantar a cabeça e mostrar este sorriso radiante. Deixar entrar a luz na minha vida e ver como os meus olhos brilham, reflectindo felicidade. Mas por muito mais que queira, pesadelos apoderam-se da minha mente, assustando-me. Consigo acordar e voltar à realidade, mas esta assusta-me ainda mais, fazendo-me querer voltar aos pesadelos. Ainda consigo enfrentar o dia sozinha, embora cada dia seja um novo desafio, guardando ainda mais desafios para me propôr. Tento a dizer " não ", a desistir a meio, a não seguir em frente, a não enfrentar o maior desafio de todos os dias: eu mesma.
Sei que tenho de fechar esta porta e abrir outra. Seguir outro caminho. Ser dona da minha alma, capitã do meu destino. Mas falta-me algo .. ou alguém.