Assistiu à morte do irmão esmagado por autocarro

"Era apenas um passeio matinal de BTT com o irmão mais novo. Mas Maurício Ferreira Saloca, 39 anos, caiu, quando descia a Falperra, na "curva do Fojo". O condutor de um autocarro de turismo não conseguiu evitar e passou por cima do ciclista. O irmão assistiu a tudo.

Marcos e Maurício tinham por hábito dar umas voltas matinais de BTT, aproveitando a beleza dos três montes sacros, Bom Jesus, Sameiro e Falperra. Ontem, era mais um desses dias. Os dois brasileiros, radicados em Braga, saíram bem cedo do Carandá, onde morava Maurício Saloca com os pais.

No regresso, na EN 309, que liga o Sameiro a Braga via Falperra, Maurício e Marcos optaram por aproveitar o piso da estrada para sentirem o prazer da descida da “rampa”, que naquela zona, em velocípede, atinge os 75km/hora. Na “Curva do Fojo” a tragédia aconteceu. Em sentido contrário, um autocarro de turismo, vindo de Valença, levava um excursão de fiéis de Maria rumo à basílica do Sameiro. Era mais um dia de alegria e festa, aproveitando, para ao mesmo tempo, celebrar o aniversário do motorista do autocarro.

“Sentimos apenas um ligeiro solavanco”, contam os ocupantes do autocarro ao serviço das “Viagens Minho”. Cá fora, o cenário era de horror. Maurício Saloca, após a queda na curva, enfeixou-se no autocarro e a roda traseira do esmagou-lhe a cabeça. O irmão, Marcos, assistiu a tudo e ficou em choque, tendo sido auxiliado pela guia turística da excursão, licenciada em Psicologia.

Ao local do acidente ocorreram, prontamente, uma viatura da VMER de Guimarães e dois carros dos Sapadores de Braga, uma ambulância e a uma viatura de desencarceramento, no entanto, nada havia a fazer, pois teve morte quase imediata.
No local, várias testemunhas indicaram que o motorista ainda se tentou desviar do velocípede, de forma a evitar que as rodas do veículo pesado de passageiros não colhessem a vítima, o que confirma o depoimento dado à GNR do motorista que, também ele, ficou em choque com o acidente.

Marcos Saloca, irmão de Maurício e companheiro do BTT, também não conseguia esconder a forte dor que o invadia. “Uma vida desfeita em pedaços”, disse o brasileiro, engenheiro mecânico e licenciado na Universidade do Minho, nas poucos palavras que conseguiu dizer enquanto recebia apoio psicológico pela guia da excursão.

No entanto, e enquanto esperava pela remoção do corpo de Maurício pela VOPE dos Sapadores de Braga, um padre e freira, da Ordem de Santa Cruz que ali tm localizado o mosteiro, acorreram ao local. Pediram a Deus “paz à alma de Maurício” e lançaram-se em rezas, bênçãos e unções sobre o corpo prostado no chão na via da Falperra. "

Fonte: dogma

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