Matou mulher à facada por não aceitar divórcio

Uma mulher, de 43 anos, professora, foi assassinada à facada, ontem de manhã, quinta-feira, num anexo da residência onde vivia, em Arcozelo, Gaia, presumivelmente pelo marido. O homem fugiu mas foi detido no centro da cidade de Gaia. O casal estava a divorciar-se.

O crime ocorreu, cerca das 11 horas, na Rua do Senhor do Calvário, uma via paralela à antiga estrada Porto-Espinho e a cerca de um quilómetro da GNR de Arcozelo. Anabela Batalha, de 44 anos, professora do Ensino Básico na Escola de Chãos-Velhos, tinha ido à moradia do casal, na companhia de uma amiga, para recolher mais alguns pertences, uma vez que desde há algum tempo que vivia em casa de uma amiga, na companhia de dois dos filhos, de dez e oito anos.

À sua espera estava o marido, José Manuel Baptista, de 43 anos, que pediu para falar com ela, levando-a para a lavandaria, instalada num anexo da casa. Foi ali que a golpeou várias vezes com uma faca, pondo-se em fuga. Em casa estava o filho mais velho, de 17 anos, que desatou a gritar, pedindo ajuda, ao mesmo tempo que corria atrás do pai. Os vizinhos ligaram para o 112 e no local esteve uma ambulância e uma viatura médica do INEM, que nada puderem fazer para salvar a professora.

Embora a GNR de Arcozelo nunca tenha recebido uma queixa formal de Anabela Batalha, na passada terça-feira a professora pediu protecção policial para ir a casa buscar algumas roupas. Ontem de manhã prescindiu da GNR e acabou por ser assassinada. No entanto, no passado sábado, o filho mais velho foi ao posto da GNR dos Carvalhos apresentar queixa por agressão contra o pai.

No dia seguinte, a GNR foi novamente à Rua do Senhor do Calvário, alertada para um possível caso de violência doméstica – aparentemente, terá sido quando a vítima comunicou ao marido que iria sair de casa. O homem, recusou identificar-se, injuriou os soldados e resistiu à autoridade, tendo sido notificado para comparecer em Tribunal na passada segunda-feira.

Aliás, de acordo com alguns vizinhos, seriam frequentes as zangas entre o casal. “Quase todos dias passava pela porta deles e havia discussão. Conhecia-o [ao agressor] do café e ele tratava muito mal o filho mais velho. Quase fazia dele um escravo”, afirmou Diogo Teixeira.

O casal João de Sá Pereira e Maria Emília Pinto convivia mais assiduamente com Anabela e José, sobretudo porque João e José partilhavam a paixão pela columbofilia. Apesar de nada terem a apontar ao comportamento do casal amigo, não deixaram de notar alguma tensão.

“Ele não andava bem. Penso que terá sido o fosso cultural [professora e electricista da construção civil] a separá-los gradualmente. Nós tínhamos conversas regulares por via da columbofilia e nos últimos tempos não me parecia bem. Só me apercebi do que aconteceu quando ouvi o filho a gritar: “O meu pai matou a minha mãe!””, referiu João de Sá Pereira.

Fonte: jn

Que gente :-.-||: