Roberto. A última táctica é utilizar as mesmas luvas de Quim... e Eduardo

Espanhol dos 8,5 milhões já vai no terceiro par. Agora calça-se como aqueles que o perseguem.



A vida de um futebolista está cheia de decisões complicadas. Botas pretas, brancas, amarelas ou vermelhas? De que marca? Com o nome dos filhos e a bandeira do país estampados? E guarda-se aquela que deu sorte no golo? Manda-se para o lixo a que deu azar? A vida de Roberto, guarda-redes do Benfica, é muito mais complicada. É que os homens da baliza têm esse problema de também utilizarem luvas - e o espanhol já vai no terceiro par desde que chegou ao Benfica. Pior, se calhar ainda não foi desta que acertou.

Jogo de apresentação contra o Mónaco, domingo, no Estádio da Luz: Roberto é titular e volta a ficar mal na fotografia. Não foram as novas luvas que lhe deram sorte. O senhor 8,5 milhões até foi humilde na escolha, deixou-se das marcas mais conhecidas que já tinha calçado esta temporada (Adidas e Umbro) e pegou no exemplo de Quim, antecessor e campeão da época passada, que está habituado a utilizar HO. Mas o que aconteceu foi que o Mónaco marcou no primeiro remate à baliza, num lance em que a bola passou ao lado de Roberto como se estivesse a dizer "agarra-me". O homem saiu tarde dos postes e depois nem se atirou. Estava bloqueado?

É preciso dizer que o lance não teve aquela gravidade do chapéu contra o Sion. É mais ao nível das aventuras longe dos postes, fora de tempo ou de espaço, que não deixam ninguém descansado. Seja como for, está para vir a defesa (ou o jogo) em que Roberto deixe a equipa (e os sócios) descansados, apagando o rótulo do guarda-redes caro, apagando a eterna comparação a Quim e... a Eduardo. Sim, porque o titular da selecção portuguesa, uma paixão de Jorge Jesus, foi para Génova por pouco mais de metade do dinheiro e parecia oferecer melhores garantias. Ah, e as defesas que fez e correram o mundo a partir da África do Sul também foram com essas mesmas luvas HO. O guardião de Mirandela também servirá de inspiração?

A época oficial aproxima-se do início (Supertaça contra o FC Porto a 7 de Agosto), Roberto não engata mas Jorge Jesus dá-lhe tolerância. Para o treinador, o terceiro reforço mais caro da história do clube pode ser um futebolista em fase aprendizagem, com margem para errar. É uma tese que só faz sentido até aparecerem os jogos a doer mas, por outro lado, cria grandes expectativas em torno da resposta que o espanhol vai dar quando lhe surgirem Falcao e Hulk.

DE LUISÃO A GAITÁN Mas nem só do affaire Roberto vive o Benfica. A equipa está a tremer na defesa e sofre golos inesperados, talvez ainda devido à falta de Luisão ou às cavalgadas de Maxi Pereira. O regresso de Fábio Coentrão - o tal que antes dos jogos fica nervoso, ao ponto de se sentir maldisposto, mas depois vai lá para dentro com a maior tranquilidade do mundo - deu nova vida ao campeão, ajudou a virar o jogo de apresentação com o Mónaco, mas o 3-2 final foi mais eufórico do que convincente. E no final ainda ampliou outra questão: Gaitán, o canhoto que só gosta de jogar pelo meio, pode mesmo ser o substituto do extremo Di María?

Fonte: i