Saudades.
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Saudades.
Olhei à volta e pouco era o que ainda me pertencia, sentei-me no chão e adormeci por baixo daquele sol quente. Ao adormecer, sonhei com tudo aquilo que tive em tempos.
Era criança e o sorriso não saía do meu rosto, agora para sorrir, preciso de tanto. Brincava com tudo e todos, agora é rara a pessoa que tenho do meu lado e sinto tanta falta disso. Cresci e só fiquei com um ou outro amigo da infância, cresci e não consegui mais voltar ao que era. Não consegui voltar a sorrir com aquele sorriso que tanta gente dizia gostar.
Acordei, levantei-me e corri para longe dali. Corri tão rapido que quando finalmente pensei chegar ao destino, não sentia as minhas pernas. Destino este indefenido. Achei que era aquele lugar que me ia fazer esquecer tudo, pensei que fosse aquele lugar que me ia fazer pensar que na realidade até tenho o que preciso. Mas enganei-me e quando olhei para a frente, vi uma pequena criança a sorrir para mim, retribuí o sorriso e caíu-me uma lágrima. Depois dessa, tantas outras vieram e o choro ficou incontrolável. O menino assustou-se e fugiu de mim. Fiquei com me do de mim mesma e sentei-me naquele sitio, tapei a cara com as minhas próprias mãos e gritei descontroladamente. Quando me dei naquela situação, corri para a casa de banho e fechei-me na primeira porta que vi aberta. Ali sim, estava segura. Limpei a cara, saí e continuei o meu caminho. Tudo à minha volta pareceu estranho, tudo parecia não ter sentido. Cheguei a casa, fechei-me no quarto e agarrei no caderno. Escrevi:
“Não quero isto para mim, hoje olho-me ao espelho e vejo-me como um monstro que cresceu para assustar as pessoas. Não queria crescer. Preciso dos sorrisos de criança, preciso de acordar cedo e sentar-me no sofá a ver desenhos animados, preciso do beijo de boa noite, preciso do carinho que só as crianças recebem. Tenho saudades de tudo o que passei e do que não passei. Tenho medo de ter crescido demasiado rápido, medo de não ter vivido a minha infância como todas as outras crianças o fazem. Saudades dos tempos em que era tudo meu. Saudades de mim mesma, dos meus bonecos, dos meus brinquedos, dos cinco e dos dez anos. Saudades de tudo o que me rodeia e eu não consigo ver.”
Impedi que qualquer lágrima corresse pela minha cara e no fim, sorri.
Em pensamento, agradeci a todas as pessoas que fizeram tudo para que hoje aqui estivesse, com toda a força e confiança que eles me depositaram.
Era criança e o sorriso não saía do meu rosto, agora para sorrir, preciso de tanto. Brincava com tudo e todos, agora é rara a pessoa que tenho do meu lado e sinto tanta falta disso. Cresci e só fiquei com um ou outro amigo da infância, cresci e não consegui mais voltar ao que era. Não consegui voltar a sorrir com aquele sorriso que tanta gente dizia gostar.
Acordei, levantei-me e corri para longe dali. Corri tão rapido que quando finalmente pensei chegar ao destino, não sentia as minhas pernas. Destino este indefenido. Achei que era aquele lugar que me ia fazer esquecer tudo, pensei que fosse aquele lugar que me ia fazer pensar que na realidade até tenho o que preciso. Mas enganei-me e quando olhei para a frente, vi uma pequena criança a sorrir para mim, retribuí o sorriso e caíu-me uma lágrima. Depois dessa, tantas outras vieram e o choro ficou incontrolável. O menino assustou-se e fugiu de mim. Fiquei com me do de mim mesma e sentei-me naquele sitio, tapei a cara com as minhas próprias mãos e gritei descontroladamente. Quando me dei naquela situação, corri para a casa de banho e fechei-me na primeira porta que vi aberta. Ali sim, estava segura. Limpei a cara, saí e continuei o meu caminho. Tudo à minha volta pareceu estranho, tudo parecia não ter sentido. Cheguei a casa, fechei-me no quarto e agarrei no caderno. Escrevi:
“Não quero isto para mim, hoje olho-me ao espelho e vejo-me como um monstro que cresceu para assustar as pessoas. Não queria crescer. Preciso dos sorrisos de criança, preciso de acordar cedo e sentar-me no sofá a ver desenhos animados, preciso do beijo de boa noite, preciso do carinho que só as crianças recebem. Tenho saudades de tudo o que passei e do que não passei. Tenho medo de ter crescido demasiado rápido, medo de não ter vivido a minha infância como todas as outras crianças o fazem. Saudades dos tempos em que era tudo meu. Saudades de mim mesma, dos meus bonecos, dos meus brinquedos, dos cinco e dos dez anos. Saudades de tudo o que me rodeia e eu não consigo ver.”
Impedi que qualquer lágrima corresse pela minha cara e no fim, sorri.
Em pensamento, agradeci a todas as pessoas que fizeram tudo para que hoje aqui estivesse, com toda a força e confiança que eles me depositaram.
claudiasofia- Messages : 94
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Re: Saudades.
Muito bem :)
ritandrade- Messages : 17695
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