Três homens e uma perna

Três homens e uma perna
Duncan, Nevins e Bauer veteranos do Exército norte-americano com pernas amputadas subiram ao Kilimanjaro em seis dias

Neil Duncan, Dan Nevins e Kirk Bauer subiram ao mais alto pico africano, o Kilimajaro, o que, só por si, é um feito. Mas, nas condições deles, é uma prova de resiliência e uma mensagem para o Mundo. Os três veteranos do Exército norte-americano têm os seus membros inferiores amputados.

Neil, o mais novo do trio, com 26 anos, perdeu as duas pernas no Afeganistão. Segundo a BBC, o jovem militar vindo do Colorado para defender a sua pátria foi apanhado num ataque numa estrada afegã. Dan, de 37 anos, perdeu ambas as pernas no Iraque. O mais velho do grupo, Kirk, de 62 anos, voltou do Vietname, em 1969, com uma perna.

Todos viveram um drama. Todos se negam a ser um drama. "Se três amputados de três guerras diferentes e duas gerações distintas com, literalmente, uma só perna, conseguiram subir o Kilimanjaro, os nossos outros amigos deficientes podem sair, caminhar, andar de bicicleta, nadar. Podem sair e ter uma vida saudável", explicou Kirk Bauer à agência Associated Press.

Depois do Vietname lhe ter mudado a vida, Kirk escolheu mudar a vida dos outros. Hoje, é o director executivo da Disabled Sports USA, uma organização sediada em Washignton que promove actividades físicas, desde exercícios de 'fitness' a desportos, para pessoas com deficiências físicas.

O Kilimanjaro foi um desafio e um alerta para o Mundo. Com recurso a próteses, subiram quase seis mil metros de altitude ao longo de seis dias. Tiveram que fazer várias paragens, é certo, muitas vezes para ajustar as suas pernas artificiais, mas chegaram ao pico.

No final Dan Nevins teve que ser evacuado, devido a uma ferida que desenvolveu na escalada.

O treino para o Kilimanjaro também foi feito com humor. Decidiram baptizar a sua equipa: "Team missing parts in action", ou seja, "Equipa sem algumas partes em acção".

Subiram várias montanhas de menor grandiosidade. Estavam preparados. "Mas, pelo sim, pelo não, levámos pernas extra", disse Kirk Bauer.

jn