Manifesto Idiossincrático
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Manifesto Idiossincrático
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A criação de Adão, Miguel Ângelo.
Eu tenho um alter-ego excêntrico, com tendências bilionárias e com uma queda para o gigantismo, maxime como a arquitectura Romana. Apresento, ainda, um ego que é mais comedido, mas que, volta e meia, revela os devaneios do seu compadre, quanto mais não seja na aposta semanal no Euromilhões. Para estragar tudo, e no meio das duas instâncias supracitadas, tenho uma carteira magra, bastante africana, sub-mundista, para ser mais preciso. Depois (ou na base), tenho um pai e uma mãe que me deram uma educação esmerada. Não raro, os valores vinculados pela tal educação controlam-me o inconsciente por via do remorso e do peso moral. Em ordem de riqueza e bem-estar quero uma carreira de sucesso trabalhada com as minhas próprias mãos e suores. Não quero ser um novo-rico, nem um rico novo. Quer ser, simplesmente, rico, com direito às posturas e prestações dos ricos aristocráticos e às urgências de um comum mortal.
Tenho alguns vícios, como a música, revistas, relógios, telemóveis e, mais recentemente, óculos-de-sol. Criticam-nos largamente. Consigo controlar (as críticas e os vícios) com uma certa racionalidade tempestiva. Muitas vezes, não sou coerente nas valorações que faço, daí que, algumas vezes, pareça esquizofrénico e sobranceiro. Considero-me inteligente, caridoso, racional. Tenho uma forma diplomática e pragmática de solucionar os problemas, o que me torna, aos olhos dos outros, numa pessoa pouco perceptível.
No meio dos processos mentais e corporais, o trabalho e a família têm um papel importante. Penso-os como potência que dignifica e certifica o ser humano e as suas acções. Daí que sou afirmativamente de Direita. Aprecio certos conceitos, como a Globalização e os Estados-Nação. Sou adepto dos estados com pouco Estado. Por via disso, os funcionários públicos são um mal necessário. O Estado serve para regular, fiscalizar, e, com prestações, acima de tudo sociais e não estatizantes, melhorar a vida das Pessoas (que lhe dão corpo e sentido.) Abespinham-me os que vivem indevidamente de subsídios de desemprego e de rendimento mínimo. Irritam-me os dinheiros mal aplicados, as bolsas de estudo injustamente oferecidas, a evasão fiscal e o tráfico de influência (vulgo, factor C, Senhor Cunha ou, simplesmente, a Cunha).
Tenho umas tendências bipolares, fruto da já assumida incoerência valorativa. Tudo sanado a sorriso e compreensão. Aliás, adoro uma boa gargalhada e um choro solitário-descompressivo.
Reprovei no sétimo ano de escolaridade e ensinaram-me que aprender compensa. Eu vivi, até hoje, em duas velocidades. A reprovação marcou uma viragem extraordinária. Um dia, a pormenor, conto-vos um pouco da minha história de vida no campo da aprendizagem e do crescimento mental...
Gosto de ir ao cinema (acompanhado por, no mínimo, duas cabeças), de ler um bom livro (sozinho) e de construir opiniões fundamentadas com dados concretos e objectivos. Favoreço as relações de amizade ao amor de amante. Estou para os passeios no campo como a Heidi está para o Marco. Tenho uma relação especial e muito própria com Deus e com a Religião em geral, sendo um pouco dogmático e idealista quando ao valor humanista da Mensagem cristã.
O maior conselho que vos posso dar é que vivam a vossa vida e só depois a dos outros, porque tu és o que és e não o que os outros pensam de ti. Embora saiba que isso não é fácil, pois a sociedade manifesta-se como um jugo hérculo sobre os nossos actos e pensamentos.
Gostava de morrer a dormir, em paz. A finitude causa-me uma certa repulsa, daí que tenha assumidamente medo da morte. Gostava de escrever um livro e de ser Primeiro-Ministro de Portugal. Sonho com uma casa no campo e outra na primeira linha de praia. Quero dois filhos: um rapaz e uma rapariga. Não penso em casamento, mas defino os 30 anos como a idade ideal para se ser juridicamente feliz. Quero, acima de tudo, ser feliz. Se a felicidade não é utópica eu tenho direito a vivê-la.
Assim, me manifesto. Foi de repente, eu juro.
(Escrito a 5 de Julho de 2009 em [You must be registered and logged in to see this link.]
ferreiraluis_- Messages : 19
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Re: Manifesto Idiossincrático
ai meu Deus, está mesmo lindo.
ritandrade- Messages : 17695
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Re: Manifesto Idiossincrático
Foi para me dar a conhecer um pouquinho melhor, por estas bandas. No dia em que escrevi isto estava a estudar Direito Comparado, para veres como é a minha vida. Acho que nunca mais me vou esquecer disto, porque gosto muito do texto...
xD
(Não sou nada convencido, eu sei) ahahahahah
Beijinho!
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ferreiraluis_- Messages : 19
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Re: Manifesto Idiossincrático
Está óptimo, muito bom mesmo!
Parabéns.
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ritandrade- Messages : 17695
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