Passos reafirma que ‘golden share’ da PT não deveria ter sido usada

O líder do PSD disse ao “El Mundo” defender o fim das acções douradas na União Europeia (UE).

"O que há a saber é se queremos que o Estados entreguem aos governos poderes especiais de intervenção nas empresas que privatizaram. A Europa ganha se este mecanismo não for usado". As palavras são de Pedro Passos Coelho, líder do Partido Social Democrata (PSD) em entrevista ao diário espanhol "El Mundo", na edição de hoje.

Pedro Passos Coelho afirma também que a participação da Portugal Telecom na Vivo "é importante e preferia que os accionistas não a vendessem", mas considera que as ‘golden shares' devem começar a ser "abandonadas, porque a economia precisa de confiança e esta não se gera quando os Estados interferem em decisões das empresas que não lhes pertencem".

O líder do PSD - apresentado pelo jornal como "um gentlemen" eleito pela oposição para substituir "a sua dama de ferro" - distanciou-se do discurso de Manuela Ferreira Leite, que em 2009 defendeu que Portugal não é uma província de Espanha. "Podemos ajudar-nos mutuamente a crescer", garantiu Passos Coelho, antes de explicar que é preciso que a Europa olhe para fora de si mesma para ultrapassar a crise económica.

A entrevista saiu hoje para as bancas, mas já no sábado o primeiro-ministro, José Sócrates, tinha condenado as críticas de Passos Coelho em Madrid sobre a utilização da ‘golden share' na PT, considerando que não honram "as boas tradições da política portuguesa".

O Primeiro-ministro frisou ainda que o acórdão do Tribunal de Justiça Europeu da semana passada reconhece "implicitamente" que "nas áreas das comunicações, o Estado pode ter direitos especiais nas empresas". No mesmo dia, o ministro da Presidência reafirmou que considera "deplorável" a posição do PSD sobre a utilização da ‘golden share' na PT transmitida por Passos Coelho em Espanha, mas que isso não invalida o "diálogo" no Parlamento.

Fonte: sapo.pt

até aí ... novidades ?

nenhumas.