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Calendário das árvores conta evolução do clima

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Post by Λιλιανα Fri Jul 30, 2010 10:31 am

Dendrocronologia. A palavra pode parecer difícil de pronunciar, nas suas raízes gregas, nascidas de “tempo” e “árvore”. Ela define o ramo da ciência que data acontecimentos a partir dos anéis de formação de um tronco. Essa pesquisa começa a florescer no país.

Foi já inaugurado o Laboratório de Dendrocronologia e Análise de Imagem, que vai funcionar no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa, e servirá projectos de investigação, um deles em colaboração com o grupo da Faculdade de Ciências de Lisboa que faz pesquisas sobre alterações climáticas.

O laboratório fica associado ao Centro de Estudos Florestais e, segundo a sua coordenadora, Helena Pereira, também vice-reitora da Universidade Técnica de Lisboa, poderá analisar dados com aplicação a estudos climáticos, arqueologia, hidrologia, fogos florestais e património histórico ou artístico.

Cada anel de um corte em tronco de árvore equivale a um ano se o exemplar analisado se tiver desenvolvido em clima temperado como o nosso. Já em zonas onde as estações não são tão marcadas e com chuva mais abundante, as marcas nos troncos tornam-se mais irregulares.

A explicação é dada por Sofia Leal, investigadora principal do laboratório que, aos 33 anos, acumula dois doutoramentos, um em dendroclimatologia e outro em ciência e tecnologia da madeira.

A árvore mais antiga de solo português analisada por Sofia Leal tem cerca de 200 anos. Esta engenheira florestal de formação base tem procurado por Portugal exemplares antigos que possam contar a história do nosso clima. Oliveiras ou sobreiros, ainda que com espécimens centenários, não ajudam muito por serem de tronco irregular.

Por isso, a equipa de Sofia Leal concentra-se na procura de carvalhos, de que sabe existirem núcleos plantados há 400 anos. Só não localizaram onde, mas Trás-os-Montes é uma possibilidade. Neste Verão serão tiradas amostras nessa região e ainda perto da Serra da Estrela e do Buçaco. Os cedros, além dos carvalhos, serão as espécies eleitas para os estudos.

O método para recolha de amostras não danifica as árvores: é feita uma perfuração e extraído um magro cilindro de madeira.

Essa pequena amostra é depois analisada ao microscópio, onde é feita a contagem dos anéis. Os pormenores de um dado ano são também revelados através de fragmentos minúsculos, observados num outro microscópio. Indícios de que houve fogos ou poluição podem constar nos resultados.

Diz Sofia Leal que as aplicações da dendrologia podem exigir que se saia do domínio florestal vivo. Os investigadores retrocedem no tempo também através da análise de material usado em construções, por exemplo, traves de madeira. A disciplina está capacitada para ajudar na datação de casas, vestígios de naus ou outros elementos lenhosos.

O projecto que agora arranca tem a designação “dendroPORT” e é apoiado em 200 mil euros pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.

Os grupos do Instituto Superior de Agronomia e da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa têm tarefas distintas. O primeiro reconstrói o passado climático observando o calendário inscrito nas árvores, enquanto o segundo fornece os dados climáticos que existem em registo, para que seja testada a relação entre clima e as árvores. A partir daí, o Laboratório de Dendrocronologia e Análise de Imagem pode recuar para épocas mais remotas.

Fonte: jn

Λιλιανα

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