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Acabar com chumbos será gradual

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Post by ritandrade Sun Aug 01, 2010 5:51 pm

Retirar os chumbos do processo avaliativo "nunca será uma decisão unilateral" nem "uma medida isolada". Ao JN, a ministra da Educação garantiu que esse objectivo poderá ser alcançado de "forma gradual, moderada" e sempre dialogada com agentes do sector.

A possibilidade foi admitida em entrevista ao Expresso. Maria de Lurdes Rodrigues chegou a ir ao Parlamento explicar aos deputados a intenção de os alunos deixarem de chumbar. A reforma parou aí. Agora, Isabel Alçada pretende lançar durante o próximo ano lectivo o debate público sobre o modelo avaliativo.
“Temos maus resultados e precisamos melhorá-los. É uma questão de exigência não de facilitismo”, começa por insistir ao JN.

O anúncio não agradou à Oposição (ler texto em baixo). Foi aceite com cepticismo e desconfiança pelos professores, que reclamam mais recursos para melhores respostas. Só a Condefederação Nacional de Pais (Confap) considerou que a medida “será a maior reforma educativa desde o 25 de Abril”.

“Não é só nos países nórdicos que não há chumbos, também no Reino Unido, Irlanda, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos e são eles que têm melhores resultados, o que nos devia levar, no mínimo, a analisar o nosso sistema, para se ir mais longe. Desde que os alunos aprendam, de facto”, defendeu Isabel Alçada.

De acordo com a ministra, a medida será aprovada de forma “gradual” e “moderada”. “Nunca será uma medida isolada”, nem “aprovada sem debate” – mas é uma reforma para a legislatura. Por enquanto, os mecanismos de apoio existentes como as aulas de apoio e estudo acompanhado “têm de ser potenciados”, para que “as repetências possam ser o último recurso”.

“Ninguém que está na educação quer chumbos”, começou por afirmar Mário Nogueira, mas “se os alunos não aprendem têm de ficar retidos”, conclui João Dias da Silva. Os líderes da Fenprof e FNE alegam que com a “importação” do modelo avaliativo sem chumbos outras medidas têm de ser adoptadas – “na Finlândia as turmas raramente têm mais de 20 alunos e as escolas com mais de 500 alunos são um problema”.

Nogueira sublinha: se não se reforçar a acção social escolar e os mecanismos de apoio “não passará de uma medida estatística” e é “brutal” a incoerência entre essa reforma e os cortes no sector. Tanto o líder da Fenprof como o da FNE consideram mais urgente a reorganização curricular do pré-escolar ao 12º ano.

Já o presidente da Associação de Directores (ANDAEP) admitiu ao JN já ter defendido no ME o fim dos chumbos. O Conselho de Escolas também já defendeu a proposta mas não chegou a consenso. No entanto, frisou Adalmiro da Fonseca, a medida “só por si não resolve nada”.

Prioritário é o reforço da autonomia das escolas, para que os próprios agrupamentos possam tomar decisões ao nível da aplicação de programas, constituição de turmas e organização de recursos.

jn
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