Mariza canta pela mulher iraniana
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Mariza canta pela mulher iraniana
A fadista portuguesa Mariza é uma dos 12 artistas de cinco países que participam no álbum “Mujeres de Mar”, um trabalho dedicado às iranianas perseguidas nomeadamente por cantarem em público, que foi editado ontem, segunda-feira, em Espanha.
“Acho o que se passa no Irão muito estranho. O canto é um libertar de sentimentos e é uma expressão da alma. Acho estranho por ser mulher não poder cantar. Não conseguiria viver num mundo assim e acho completamente injusto e desumano”, disse à Lusa Mariza.
O CD reúne 12 artistas de cinco países, sob a direcção de Javier Limón, que produziu o mais recente disco de Mariza, “Terra”.
Das participantes, apenas fadista portuguesa, Yasmín Lévy e Eleftheria Arvanitaki cantam um tema tradicional dos seus países, e não, tal como as outras nove cantoras, um tema com a assinatura de Limón.
?Escolhi ?O fadista louco?. Não é um fado tradicional, pois sei que o Limón gosta de coisas com algum movimento e este tema permitia-lhe fazer arranjos como ele gosta?, referiu.
“O fadista louco” é um original de Alberto Janes e foi criado por Amália Rodrigues.
Gravou em Lisboa
Mariza foi a única que gravou em Lisboa, “dada a agenda muito cheia de concertos”, tendo as restantes 11 gravado em Madrid.
“Foi um trabalho muito ‘prazeiroso’ de fazer e acho muito importante participar nestas iniciativas. Alertar as pessoas para atitudes incompreensíveis no século XXI”, referiu Mariza.
Ao lado de Mariza estão vários nomes, nomeadamente cantoras que tem actuado em Portugal como as espanholas La Shica, Cármen Linares, Estrella Morente, Concha Buika – que participa em “Terra”–, a israelita Yasmín Levy - que este ano esteve no Festival de Sines – e ainda as espanholas La Susi, Genara Cortés, Montse Cortés e a turca Aynur Dogan.
Capa da revista do “El Pais”
Mariza é a capa da revista do jornal “El Pais” de anteontem, que dá destaque ao projecto de Limón que visa alertar para as mulheres que estão proibidas de cantar no Irão.
A reportagem intitula-se “Pelo direito de cantar” e logo a abrir explica-se: “Não haverá muitos temas sobre os quais as mulheres se mostrem tanto de acordo. É este o caso, várias espanholas, uma turca, uma portuguesa, uma israelita e uma grega (...) que não suportariam viver sem cantar, porque essa proibição pressupõe a perda de liberdade espiritual”.
La Susi, cantora que trabalhou com Camaron de la Isla e Paco de Lucía, sintetiza o espírito que juntou estas mulheres: “Juro por Deus! Se me tiram isto [actuar nos palcos] morro. Se tenho tristezas, se sofro, se estou alegre ou se sofro de mal de amores, necessito cantar”.
A portuguesa Mariza, nascida em Moçambique, afirmou por seu turno ao “El Pais”: “Quando canto faço-o com o coração. Por isso sinto que a música que interpreto tem muito do Mediterrâneo, porque faço parte de uma cultura onde se funde o árabe com o flamenco e a melisma. A nossa música fala dos sentimentos da vida e da necessidade de chorar para poder cantar a vida e a morte”.
Mariza, uma das vozes portuguesas mais conhecidas e solicitadas no estrangeiro, ao que não será estranho o facto de já ter conquistado vários prémios internacionais, vê assim desta forma e uma vez mais reconhecido o seu enorme talento, com esta participação num disco que certamente ficará para a história.
Fonte: jn
“Acho o que se passa no Irão muito estranho. O canto é um libertar de sentimentos e é uma expressão da alma. Acho estranho por ser mulher não poder cantar. Não conseguiria viver num mundo assim e acho completamente injusto e desumano”, disse à Lusa Mariza.
O CD reúne 12 artistas de cinco países, sob a direcção de Javier Limón, que produziu o mais recente disco de Mariza, “Terra”.
Das participantes, apenas fadista portuguesa, Yasmín Lévy e Eleftheria Arvanitaki cantam um tema tradicional dos seus países, e não, tal como as outras nove cantoras, um tema com a assinatura de Limón.
?Escolhi ?O fadista louco?. Não é um fado tradicional, pois sei que o Limón gosta de coisas com algum movimento e este tema permitia-lhe fazer arranjos como ele gosta?, referiu.
“O fadista louco” é um original de Alberto Janes e foi criado por Amália Rodrigues.
Gravou em Lisboa
Mariza foi a única que gravou em Lisboa, “dada a agenda muito cheia de concertos”, tendo as restantes 11 gravado em Madrid.
“Foi um trabalho muito ‘prazeiroso’ de fazer e acho muito importante participar nestas iniciativas. Alertar as pessoas para atitudes incompreensíveis no século XXI”, referiu Mariza.
Ao lado de Mariza estão vários nomes, nomeadamente cantoras que tem actuado em Portugal como as espanholas La Shica, Cármen Linares, Estrella Morente, Concha Buika – que participa em “Terra”–, a israelita Yasmín Levy - que este ano esteve no Festival de Sines – e ainda as espanholas La Susi, Genara Cortés, Montse Cortés e a turca Aynur Dogan.
Capa da revista do “El Pais”
Mariza é a capa da revista do jornal “El Pais” de anteontem, que dá destaque ao projecto de Limón que visa alertar para as mulheres que estão proibidas de cantar no Irão.
A reportagem intitula-se “Pelo direito de cantar” e logo a abrir explica-se: “Não haverá muitos temas sobre os quais as mulheres se mostrem tanto de acordo. É este o caso, várias espanholas, uma turca, uma portuguesa, uma israelita e uma grega (...) que não suportariam viver sem cantar, porque essa proibição pressupõe a perda de liberdade espiritual”.
La Susi, cantora que trabalhou com Camaron de la Isla e Paco de Lucía, sintetiza o espírito que juntou estas mulheres: “Juro por Deus! Se me tiram isto [actuar nos palcos] morro. Se tenho tristezas, se sofro, se estou alegre ou se sofro de mal de amores, necessito cantar”.
A portuguesa Mariza, nascida em Moçambique, afirmou por seu turno ao “El Pais”: “Quando canto faço-o com o coração. Por isso sinto que a música que interpreto tem muito do Mediterrâneo, porque faço parte de uma cultura onde se funde o árabe com o flamenco e a melisma. A nossa música fala dos sentimentos da vida e da necessidade de chorar para poder cantar a vida e a morte”.
Mariza, uma das vozes portuguesas mais conhecidas e solicitadas no estrangeiro, ao que não será estranho o facto de já ter conquistado vários prémios internacionais, vê assim desta forma e uma vez mais reconhecido o seu enorme talento, com esta participação num disco que certamente ficará para a história.
Fonte: jn
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